O Brasil é um país rico... em dez vezes, sem
juros, no cartão de crédito. Hoje, não falamos mais sobre pobreza e
desigualdade social como há dez anos. Agora, o jargão do povo é “estamos em
crise”, sugerindo que temos recursos, mas estamos temporariamente desajustados
ou não sabemos administrar nossas finanças da maneira correta. Se analisarmos
do ponto de vista político, estamos realmente em crise, por vários motivos. Uma
de nossas maiores fontes de rentabilidade, a Petrobras, vive um escândalo
internacional permeado de corrupções e lavagem de dinheiro; os preços da
gasolina, do transporte público e de produtos básicos de consumo (commodities)
estão subindo cada vez mais e o salário mínimo (R$ 788,00) não acompanha esse ritmo; o
governo é insatisfatório para grande parte da população brasileira, ao ponto de
quase acontecer um impeachment neste ano, mesmo que nem todos os solicitantes
saibam o que isso significa; temos dívidas externas que estão prestes a superar
nosso crédito destinado para este fim, podendo nos tirar da posição de credores
mundiais.
Contudo, o buraco é muito mais embaixo. Nascemos
e vivemos em um país pobre, financeiramente falando. Nossa moeda é baixa,
dificultando a competição em relação ao crescimento de outros países como, por
exemplo, os EUA, cujos países além de terem uma moeda três vezes mais valiosa
que a nossa, ocupam o posto da maior potência econômica do mundo. Entretanto,
não é justo fazer comparações entre realidades tão discrepantes, uma vez que
isso implica contextualizar educação, economia, importação e exportação,
governo, saúde, etc. Sobre isso, infelizmente, ainda temos muito trabalho pela
frente.
Ainda me lembro de quando, em 2011, o Brasil
ultrapassou o Reino Unido em termos de Produto Interno Bruto, PIB, animando
todas as gerações de ricos e pobres. Finalmente, um pouco de esperança para um
povo frustrado. Talvez, isso tenha soado como um prognóstico de vacas gordas
para o país, provocando em nós a sensação de conquistadores! Mas não demorou
muito para que a economia se estagnasse e, posteriormente, regredisse. Tamanha
foi a decepção. De lá para cá as notícias estão só piorando. O Fundo Monetário Internacional,
FMI, é o mais pessimista em relação a nossa situação econômica, mas também não
estamos tão calmos como meros espectadores.
Uma das razões que leva os cidadãos a
pensarem que estão bem financeiramente, é a falsa ilusão de que as classes
econômicas C e D, nos últimos anos de governo do PT, subiram para A e B
tornando-se ricos e mais ou menos ricos. Isso tudo é feito porque o Estado quer
que nos sintamos bem, que reclamemos menos e que gastemos mais e muitas vezes
aquilo que não temos. E como se não
bastasse, recebemos salários absurdamente baixos para sustentar nossas famílias
e levar uma vida razoável.
Mesmo que às vezes nos achemos ricos, a maioria
de nossos produtos custa três vezes mais que em outros países de terceiro mundo,
graças a alta carga tributária que pagamos.
Absurdamente, não sabemos em que essas taxas serão
usadas e também não vemos o retorno delas no patrimônio que é nosso, garantido
pela Constituição Federal. O Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, revela que
estamos numa pior quando nos colocamos no último lugar entre as 30 principais
economias mundiais. Prova disso é que o Índice de Retorno de Bem Estar à
Sociedade, IRBES, do país também foi o mais baixo, limitando-se a 135,83 pontos (2012).
Para uma analise rápida, quando compramos um carro, cerca de 40% do valor pago
é imposto. Já em outros países, como China e os EUA, não passa de 20%. Apesar da diferença entre as moedas dos países, ainda sim fica mais barato consumir
fora. Dessa forma, fica difícil não fazer comparações...
Além de todos os problemas financeiros que
enfrentamos atualmente, o setor industrial sofreu uma negativa em 2012, segundo
uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria, CNI. Mas isso não é
novidade. Sabemos que não somos um povo agraciado com o dom de fazer rios de
dinheiro de forma honesta. À parte, a média do crescimento anual de 2002 a 2012
é de 0,6% no setor industrial do Brasil. Na mesma pesquisa, os Estados Unidos têm
a média de 4,4%, por exemplo. Neste ranking, também estamos na pior colocação.
Não sou nenhuma economista e muito menos
renomada, porém, tudo está muito claro para mim. A liderança política do nosso
país não sabe o que fazer com nossas riquezas naturais, não sabe fazer
investimentos e se os faz, corrompe tudo pelo caminho. Pior que isso, é não
haver uma punição eficaz ou um desligamento completo dos envolvidos. Essa demasiada proteção dos corruptos e acobertamento dos fatos
impede que o Brasil cresça, nos afetando diretamente (nossos bolsos,
precisamente). Então, é possível que antes de essa crise melhorar, ela piore.
Fontes
http://www.mises.org.br/
http://www.mises.org.br/
http://www.hypeness.com
http://.wikipédia.com