quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Para amantes da boa música

                Às vezes eu me odeio. Brincadeira, não me odeio não... Mas de vez em quando fico com uma raiva desgraçada de mim mesma. Quando descubro uma música boa, eu a ouço tanto, mas tanto, que enjoo dela no terceiro dia após a descoberta. Exagero. Mas enjoo logo. Eu coloco no repeat e a ouço umas 15 vezes seguidas! Fecho os olhos e fico me imaginando fazendo coisas hilárias ao som da canção, tipo a trilha sonora da minha vida. Não importa se a música é romântica, engraçada, de fossa, de corno, gospel, etc, viajo. Muito engraçado, até. Se estou feliz, triste, com fome, com dores no corpo, etc, ouço a tal da música e tudo fica bem novamente. É claro que no caso da fome, não é no sentido literal da coisa.
                Já reparou como tem música que entra na nossa mente e parece que fala com a gente? Pois é, algumas canções possuem um poder estranho sobre nós. Influencia, confere paz e tranquilidade ao ouvinte. Sobre isso, alguns pesquisadores comprovaram cientificamente que a música nos acalma, anima, ajuda na hora de limpar a casa e marca momentos especiais. As músicas também podem nos influenciar em nossos relacionamentos. Um exemplo disso são os casais que fazem amor ao som de alguma canção, pois acham que isso ajuda a esquentar o clima. Sei lá, a música ajuda a concretizar o que está subentendido.  Por isso é que existem tantas letras românticas, a maioria, de péssimo gosto - fazer o quê, se a maioria dos compositores só encontra inspiração após um doloroso “pé” na bunda.
                 Felizmente, a música pode nos ajudar em nossas capacidades intelectuais e sensoriais variadas. Nosso sistema cognitivo é altamente influenciado pelos sons harmoniosos que tocam à nossa volta. “A música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista Oliver Sacks, da Universidade Colúmbia, autor de Alucinações musicais – Relatos sobre a música e o cérebro (Companhia das Letras, 2007) e Musicofilia (Relógio D’água, 2008).  Isso confirma a teoria de que a música diz o que nós queremos e não conseguimos. É aquela velha história: a pessoa não tem coragem de lhe falar o que sente ou pensa face a face, daí ela pede para você ouvir a música tal. Humm. Percebemos na letra da canção o que jamais ouviríamos dele(a). Ótimo recurso para algumas pessoas.
                Muitas vezes, esquecemos-nos dos personagens de determinados filmes, mas não a trilha sonora. É assim mesmo, tem música que fica na mente e nos marca. Não tem jeito. E vou falar uma coisa engraçada, a letra pode não ser das melhores, nem o estilo, mas, dependendo do momento, ela marca. Veja bem, não gosto de pagode, nem de longe. Porém, certa vez conheci um boy e combinamos de sair. Num de nossos encontros, entramos em um restaurante que ficava numa rua bem movimentada de Sorocaba e, do nada, surgiu um carro com um mega som tocando pagode. A música falava de blá blá blá clichê, blá blá blá esmalte... Gente, ficou na cabeça e eu cantei a música por dias a fio (sem ofensas, pessoal). Toda vez que via o "Fulano", a música surgia no ar.
                 Decidi fazer esse texto porque sou apaixonada por música. Quem me conhece sabe disso muito bem. Sempre estou com fones de ouvido e tenho as minhas playlists sempre prontas para cada momento específico do meu dia. Na minha bio, encontra-se a descrição de uma pessoa que aparenta não viver sem um som e é verdade. Não vivo sem música, falo sério! Tem gente que não funciona sem chocolate, já eu, não funciono sem música. Deus foi bom demais em criar esse tipo de arte para nós.
               
                  Separei dois links especiais para vocês. O primeiro é uma matéria completa sobre música e suas influências em nossa vida, corpo e mente. Aliás, de onde tirei a citação do Dr. Sacks. Abaixo, dois filmes sobre música que assisti e recomendo fortemente a vocês. Aproveitem!



Filme 1)

Não gosto muito de musicais, por motivos de: não gosto dessa palhaçada de todo mundo começar a cantar do nada uma música nada a ver, com uma letra inacreditavelmente óbvia. Entretanto, existe um musical que gosto muito, não pelo gênero, mas pela história retratada no filme. Um dos contos franceses que mais me chama a atenção é a obra “Les Miserables” (Os Miseráveis), de Victor Hugo, publicado em 1862. O livro retrata a pobreza de oito cidadãos franceses em meados do século XIX. O cenário é a Batalha de Waterloo, em 1815, e os motins de junho de 1832. Sem mais delongas, assista ao filme “Les Miserables” (2012), dirigido por Tom Hooper, pois a essência do filme é a música e no contexto em que vivem ela surge para mudar tudo.

Filme 2)


Sempre tento valorizar nossos produtos nacionais, em geral. Não poderia ser diferente com filmes. Minha segunda indicação é um longa que considero clássico e obrigatório para os fãs de "Legião Urbana". "Somos Tão Jovens" (2013), dirigido por Antonio Carlos de Fontoura, conta a história emocionante de Renato Manfredini Jr, enquanto Renato Russo.  Ele vivia em Brasília, no final da ditadura (meados de 1980), e revolucionou a juventude da época (e a nossa) com suas músicas. Renato criou canções que protestavam contra o governo como "Que País é Este", "Geração Coca-Cola", entre outras. Além deste filme, "Faroeste Cabloco" é outro inspirado no artista, só que conta a história da própria música de Renato. Sou suspeita, mas tenho a impressão que suas músicas são mais que simples letras ou melodias. Para mim é uma mistura de filosofia e sociologia numa interpretação sem igual. 




Por Jhenifer Costa 

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