Às vezes eu me odeio. Brincadeira, não me odeio não... Mas
de vez em quando fico com uma raiva desgraçada de mim mesma. Quando descubro
uma música boa, eu a ouço tanto, mas tanto, que enjoo dela no terceiro dia após
a descoberta. Exagero. Mas enjoo logo. Eu coloco no repeat e a ouço umas 15 vezes
seguidas! Fecho os olhos e fico me imaginando fazendo coisas hilárias ao som
da canção, tipo a trilha sonora da minha vida. Não importa se a música é
romântica, engraçada, de fossa, de corno, gospel, etc, viajo. Muito
engraçado, até. Se estou feliz, triste, com fome, com dores no corpo, etc, ouço
a tal da música e tudo fica bem novamente. É claro que no caso da fome, não é no
sentido literal da coisa.
Já
reparou como tem música que entra na nossa mente e parece que fala com a gente?
Pois é, algumas canções possuem um poder estranho sobre nós.
Influencia, confere paz e tranquilidade ao ouvinte. Sobre isso, alguns
pesquisadores comprovaram cientificamente que a música nos acalma, anima, ajuda
na hora de limpar a casa e marca momentos especiais. As músicas também podem
nos influenciar em nossos relacionamentos. Um exemplo disso são os casais que
fazem amor ao som de alguma canção, pois acham que isso ajuda a esquentar o
clima. Sei lá, a música ajuda a concretizar o que está subentendido. Por isso é que existem tantas letras
românticas, a maioria, de péssimo gosto - fazer o quê, se a maioria dos
compositores só encontra inspiração após um doloroso “pé” na bunda.
Felizmente, a música pode nos ajudar em nossas capacidades intelectuais e sensoriais
variadas. Nosso sistema cognitivo é altamente influenciado pelos sons
harmoniosos que tocam à nossa volta. “A
música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte
importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista
Oliver Sacks, da Universidade Colúmbia, autor de Alucinações musicais – Relatos
sobre a música e o cérebro (Companhia
das Letras, 2007) e Musicofilia (Relógio D’água, 2008). Isso confirma a teoria de que a música
diz o que nós queremos e não conseguimos. É aquela velha história: a pessoa não tem
coragem de lhe falar o que sente ou pensa face a face, daí ela pede para você
ouvir a música tal. Humm. Percebemos na letra da canção o que jamais ouviríamos
dele(a). Ótimo recurso para algumas pessoas.
Muitas
vezes, esquecemos-nos dos personagens de determinados filmes, mas não a trilha
sonora. É assim mesmo, tem música que fica na mente e nos marca. Não tem
jeito. E vou falar uma coisa engraçada, a letra pode não ser das melhores, nem
o estilo, mas, dependendo do momento, ela marca. Veja bem, não gosto de pagode,
nem de longe. Porém, certa vez conheci um boy
e combinamos de sair. Num de nossos encontros, entramos em um restaurante que
ficava numa rua bem movimentada de Sorocaba e, do nada, surgiu um carro com um
mega som tocando pagode. A música falava de blá blá blá clichê, blá blá blá
esmalte... Gente, ficou na cabeça e eu cantei a música por dias a fio (sem
ofensas, pessoal). Toda vez que via o "Fulano", a música surgia no ar.
Decidi fazer esse texto porque sou apaixonada por música. Quem me conhece sabe
disso muito bem. Sempre estou com fones de ouvido e tenho as minhas playlists sempre prontas para cada momento específico do meu dia. Na minha bio, encontra-se a
descrição de uma pessoa que aparenta não viver sem um som e é verdade. Não
vivo sem música, falo sério! Tem gente que não funciona sem chocolate, já eu,
não funciono sem música. Deus foi bom demais em criar esse tipo de arte para
nós.
Separei dois links especiais para vocês. O primeiro é uma
matéria completa sobre música e suas influências em nossa vida, corpo e mente. Aliás,
de onde tirei a citação do Dr. Sacks. Abaixo, dois filmes sobre música que
assisti e recomendo fortemente a vocês. Aproveitem!
Filme 1)
Não gosto muito de musicais, por motivos de: não gosto
dessa palhaçada de todo mundo começar a cantar do nada uma música nada a ver,
com uma letra inacreditavelmente óbvia. Entretanto, existe um musical que gosto muito, não pelo
gênero, mas pela história retratada no filme. Um dos contos franceses que mais
me chama a atenção é a obra “Les
Miserables” (Os Miseráveis), de Victor Hugo, publicado em 1862. O livro retrata
a pobreza de oito cidadãos franceses em meados do século XIX. O cenário é a
Batalha de Waterloo, em 1815, e os motins de junho de 1832. Sem mais delongas,
assista ao filme “Les Miserables” (2012), dirigido por Tom Hooper, pois a
essência do filme é a música e no contexto em que vivem ela surge para mudar
tudo.
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