quinta-feira, 30 de abril de 2015

Somo ricos, em 10x no cartão de crédito

O Brasil é um país rico... em dez vezes, sem juros, no cartão de crédito. Hoje, não falamos mais sobre pobreza e desigualdade social como há dez anos. Agora, o jargão do povo é “estamos em crise”, sugerindo que temos recursos, mas estamos temporariamente desajustados ou não sabemos administrar nossas finanças da maneira correta. Se analisarmos do ponto de vista político, estamos realmente em crise, por vários motivos. Uma de nossas maiores fontes de rentabilidade, a Petrobras, vive um escândalo internacional permeado de corrupções e lavagem de dinheiro; os preços da gasolina, do transporte público e de produtos básicos de consumo (commodities) estão subindo cada vez mais e o salário mínimo (R$ 788,00) não acompanha esse ritmo; o governo é insatisfatório para grande parte da população brasileira, ao ponto de quase acontecer um impeachment neste ano, mesmo que nem todos os solicitantes saibam o que isso significa; temos dívidas externas que estão prestes a superar nosso crédito destinado para este fim, podendo nos tirar da posição de credores mundiais.

Contudo, o buraco é muito mais embaixo. Nascemos e vivemos em um país pobre, financeiramente falando. Nossa moeda é baixa, dificultando a competição em relação ao crescimento de outros países como, por exemplo, os EUA, cujos países além de terem uma moeda três vezes mais valiosa que a nossa, ocupam o posto da maior potência econômica do mundo. Entretanto, não é justo fazer comparações entre realidades tão discrepantes, uma vez que isso implica contextualizar educação, economia, importação e exportação, governo, saúde, etc. Sobre isso, infelizmente, ainda temos muito trabalho pela frente. 

Ainda me lembro de quando, em 2011, o Brasil ultrapassou o Reino Unido em termos de Produto Interno Bruto, PIB, animando todas as gerações de ricos e pobres. Finalmente, um pouco de esperança para um povo frustrado. Talvez, isso tenha soado como um prognóstico de vacas gordas para o país, provocando em nós a sensação de conquistadores! Mas não demorou muito para que a economia se estagnasse e, posteriormente, regredisse. Tamanha foi a decepção. De lá para cá as notícias estão só piorando. O Fundo Monetário Internacional, FMI, é o mais pessimista em relação a nossa situação econômica, mas também não estamos tão calmos como meros espectadores.

Uma das razões que leva os cidadãos a pensarem que estão bem financeiramente, é a falsa ilusão de que as classes econômicas C e D, nos últimos anos de governo do PT, subiram para A e B tornando-se ricos e mais ou menos ricos. Isso tudo é feito porque o Estado quer que nos sintamos bem, que reclamemos menos e que gastemos mais e muitas vezes aquilo que não temos.  E como se não bastasse, recebemos salários absurdamente baixos para sustentar nossas famílias e levar uma vida razoável.

Mesmo que às vezes nos achemos ricos, a maioria de nossos produtos custa três vezes mais que em outros países de terceiro mundo, graças a alta carga tributária que pagamos.  

Absurdamente, não sabemos em que essas taxas serão usadas e também não vemos o retorno delas no patrimônio que é nosso, garantido pela Constituição Federal. O Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, revela que estamos numa pior quando nos colocamos no último lugar entre as 30 principais economias mundiais. Prova disso é que o Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade, IRBES, do país também foi o mais baixo, limitando-se a 135,83 pontos (2012). Para uma analise rápida, quando compramos um carro, cerca de 40% do valor pago é imposto. Já em outros países, como China e os EUA, não passa de 20%. Apesar da diferença entre as moedas dos países, ainda sim fica mais barato consumir fora. Dessa forma, fica difícil não fazer comparações... 

Além de todos os problemas financeiros que enfrentamos atualmente, o setor industrial sofreu uma negativa em 2012, segundo uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria, CNI. Mas isso não é novidade. Sabemos que não somos um povo agraciado com o dom de fazer rios de dinheiro de forma honesta. À parte, a média do crescimento anual de 2002 a 2012 é de 0,6% no setor industrial do Brasil. Na mesma pesquisa, os Estados Unidos têm a média de 4,4%, por exemplo. Neste ranking, também estamos na pior colocação.

                                     

Não sou nenhuma economista e muito menos renomada, porém, tudo está muito claro para mim. A liderança política do nosso país não sabe o que fazer com nossas riquezas naturais, não sabe fazer investimentos e se os faz, corrompe tudo pelo caminho. Pior que isso, é não haver uma punição eficaz ou um desligamento completo dos envolvidos. Essa demasiada proteção dos corruptos e acobertamento dos fatos impede que o Brasil cresça, nos afetando diretamente (nossos bolsos, precisamente). Então, é possível que antes de essa crise melhorar, ela piore.


http://www.hypeness.com
http://.wikipédia.com


Por Jhenifer Costa

0 comentários:

Postar um comentário