quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Manifesto do DI nas universidades brasileiras


Professores e pesquisadores do Design Inteligente buscam a inserção da teoria no ensino superior de todo o país. 

Por Jhenifer Costa e Nícolas Cardoso

O ensino da Teoria do Design Inteligente (TDI) nas universidades tem fomentado uma grande discussão no Brasil há cerca de dez anos. Fato que motivou a realização do primeiro Congresso de Design Inteligente (DI) no Brasil, em Campinas-SP, nos dias 14, 15 e 16 de novembro deste ano. O evento reuniu os maiores pesquisadores e interessados no assunto do país e do mundo, a fim de inserir no ensino acadêmico do país uma visão diferenciada a cerca do surgimento do mundo e de tudo que o compõe.
            Tendo como principal objetivo, o congresso procurou reunir os denominados “inteligentes” que percebem nas evidências cientificas a veracidade do DI. A partir das discussões feitas durante o evento, os participantes, em sua maioria professores de renomadas instituições acadêmicas, pretendem defender e divulgar de uma forma diferente a TDI nas universidades.
O professor de Cosmovisão Bíblico-Cristã, formado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, Uriel Vidal, também acredita que os estudantes, independentemente de suas crenças e culturas, precisam conhecer todas as teorias existentes para decidir em qual acreditar. “Atualmente, o darwinismo é dominante nas escolas e universidades no Brasil e no mundo. Acredito que isso acontece por falta de divulgação de outras teorias também válidas, como o DI, por exemplo. É preciso que os professores ofereçam outras alternativas aos alunos”, sugere Vidal.
O que o evento sugeriu é uma abordagem mais profunda do DI em salas de aula, como é feita com o Evolucionismo, por exemplo. Entretanto, primeiro é preciso entender que Criacionismo e DI são duas coisas diferentes. O autor do livro “Uma Breve História da Terra” e também diretor da Sub-Sede Brasileira do Geoscience Research Institute - LLU/California, Nahor Neves, é defensor e pesquisador do DI.  Ele acredita que “o DI é muito mais do que pensamos. A teoria é bastante restrita, em relação à área de atuação. O estudo fica mais no campo da biologia e também é insatisfatório, porque ele fala em design e não fala em designer. Se existe design ou projeto, automaticamente evoca um planejador”, aponta. Já o Criacionismo “é uma cosmovisão em que ocorrem associações intuitivas ou intencionais entre conhecimento bíblico, conhecimento de Deus e o conhecimento da natureza, em seus aspectos estéticos e científicos”, acrescenta Neves.
O diretor Neves também compareceu no evento e frisa a importância de buscar responder as perguntas que permeiam a existência do homem. “Quando existe a preocupação de compreendermos eventos passados, únicos, irreproduzíveis e as questões envolvendo as origens, percebe-se claramente que elas não podem ser respondidas por meio da ciência. Porque estes mesmos temas interessam outras áreas do conhecimento”, explica. Para ele, toda fundamentação relacionada à criação ou surgimento do mundo, passa por conceitos teológicos e filosóficos, inevitavelmente.

Problemas no caminho
            A partir da definição, é possível compreender a relevância do ensino nas escolas. Sobre isso, Neves admite: “Infelizmente nas escolas, especialmente as públicas, não existe um ensino sobre o DI. Se alguém fala sobre isso, deve ser explanado nas aulas de religião”. O professor assegura que para todas as vertentes serem ensinadas de forma correta e imparcial, são necessários profissionais que conheçam ciências naturais, teologia e filosofia.
 No entanto, existe um problema observado pelos docentes: a falta de acessibilidade a materiais relacionados ao DI. Em sua maioria, são caros e de difícil compreensão. Muito são divulgados apenas em faculdades confessionais, onde geralmente se estuda a TDI com mais profundidade. Levando em conta essas problemáticas, algumas editoras buscam trazer o DI à tona de forma mais simples e barata. Um exemplo é a Casa Publicadora Brasileira (CPB), vinculada à Igreja Adventista do Sétimo Dia, que lança livros e revistas de baixo custo, apresentando o Criacionismo, Evolucionismo e DI de forma bem didática para todos os públicos.
No livro “A Ciência Descobre Deus”, uma das obras produzidas pela CPB, o autor Ariel Roth busca discutir a necessidade de mais abertura da ciência em relação ao diálogo com outras áreas do conhecimento humano, por exemplo, a teologia. Segundo o renomado cientista suíço, “em anos recentes, pesquisadores e cientistas realizam inúmeras descobertas extraordinárias que revelam um nível tão elevado de precisão e complexiadade que está ficando muito difícil sugerir que tudo que existe surgiu por acaso”, aponta. Em seu livro, Roth estimula o estudo da TDI nas escolas e valoriza as instituições que a ensinam.
            Um dos motivos que ainda bloqueiam a introdução da TDI nos planos de ensino das universidades, salvo as confessionais e denominacionais, são as evidências científicas que podem provar a veracidade dos acontecimentos. De acordo com o professor Vidal, “muitos argumentam que a TDI não é testável. Mas isso também acontece com as demais teorias, como o Big Bang e o Evolucionismo”, ressalta. “Não é possível reproduzir em um laboratório os fenômenos que aconteceram e todos os casos que envolvem a criação do mundo. Por isso, afirmo que o DI também merece atenção nas escolas”, complementa.
 “Antes de apresentar paradigmas, é possível que muitos já tenham escolhido o seu. É muito justo apresentar sem tendência alguma, mas é quase impossível fazê-lo na prática”, constata Vidal. Como professor cristão e defensor do DI, Vidal é completamente parcial na hora de falar sobre o assunto. Porém, não deixa de apresentar as outras teorias existentes em suas aulas. Para ele, “cabe ao aluno decidir em que acreditar. O nosso papel é ensinar todo o conhecimento possível”, conclui.

Resultados
            Alex Fols, estudante de Teologia no Unasp-EC e simpatizante do DI, tem mostrado cada vez mais interesse no assunto nos últimos três anos. O aluno foi convidado por professores e amigos para participar do congresso de DI e comemora a oportunidade. “O convite deu-se pelo meu interesse na área de ciência e religião. Já faz dois anos que estou pesquisando sobre a TDI e essa foi a primeira vez que participo de um evento desse porte”, comenta Fols.
            O futuro teólogo revela que o primeiro contato com a teoria foi em sala de aula, quando já estava na universidade. Antes, ele conhecia apenas a teoria do Criacionismo e do Evolucionismo. “Foi na faculdade que passei a conhecer o DI e ainda sou novo no assunto, mas pretendo me aprofundar nessa área”, salienta Fols. Para ele, foi muito importante conhecer todas as teorias existentes para acreditar e defender o DI hoje.
            

0 comentários:

Postar um comentário