quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mulheres e Meninas

Por Jhenifer Costa

Não costumo fazer comparações, porque acho depreciativo. As pessoas são diferentes mesmo e não tem nada que possamos fazer que vá deixá-las iguais. Isso é ótimo, aliás. Mas uma coisa é certa, mulheres são mulheres, meninas são meninas. Dentro desses universos distintos, temos muito o que descobrir.

Quem poderia dar uma boa definição de mulher é o nosso caro Fábio Júnior ou Vinícius de Moraes, por exemplo.  Vou me ater ao diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro, Vinícius de Moraes, que se casou com nove mulheres diferentes, acredite. Sem contar as amantes e namoradas. Uma confusão, filho pra lá, sogras pra cá. Mulher branca, morena, gorda, magra, nova, velha. Mulher brava, calma. Brasileiras e estrangeiras. Uma diversidade. Cada uma delas que passou pela vida de Vinicius, tinha a esperança de ser a viúva do galanteador. Ele morreu aos 67 anos, em 1980, decorrente de um edema pulmonar, após um derrame cerebral. Uma longa história.

Ele tem doutorado nessa questão, uma pena não estar mais aqui para uma entrevista. Vinicius amou e viveu bastante e, sem dúvidas, foi o poeta do amor. Ele experimentou todos os tipos de sensações e deixou isso para nós em forma de poemas. Não que eu concorde com o fato de ele ter sido um “Salomão” da vida, de forma alguma, mas eu acredito quando ele diz que mulher é um pouco de tudo. Um pouco de amor e ódio, alegria e melancolia, sensualidade e desleixo. Ele deixou suas impressões no poema “Ariana, a mulher”, um clássico publicado junto com “Forma e Exegese” em um só livro. Uma loucura. Ele amou todas as formas de mulher que encontrou, mas sempre as amou pelas suas características peculiares. Tenho para mim que todos os homens deveriam ler esse livro.

O primeiro amor dele foi aos sete anos. Ela se chamava Branca, devia ser de etnia branca também... No livro de João Carlos Pecci, “Minha profissão é andar”, há um trecho do seu primeiro caso de amor. “Comecei a amar Branca porque um dia, no portão de sua casa, minha mão encostou de leve em sua perna. Nunca mais esqueci a sensação”, revela Vinicius. Confesso que eu fiquei muito curiosa com essa declaração. Provavelmente ele ficou excitado, não no sentido literal da palavra, mas como criança, ficou louco com a ideia de ter uma mulher para si. E digo: Homens que são homens gostam muito de mulheres. Esperto que era, sabia que tinha muito mais mel dentro do pote.



Mas e a história lá de cima, “mulheres são mulheres, meninas são meninas”? Somente o homem que já teve uma mulher para si vai entender o que estou falando. Mulheres sabem como ter homens aos seus pés. Mulheres sabem cuidar, manter e cultivar. Mulheres sabem ferir corações como ninguém. Mulheres são inteligentes, divertidas. Mulheres são femininas nos pequenos detalhes. Mulheres tem autoestima, se aceitam, melhoram. Sabem o que podem ter e fazer. Mulheres usam pouca maquiagem e mais o cérebro. Antes de ser mulher, foi menina. Mas aprendeu, cresceu, amadureceu e se tornou incrível, irresistível e indispensável. 

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