segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Viva La Vida

Por Jhenifer Costa

A vida é aquilo que a gente faz e não aquilo que a gente planeja, sonha ou pensa. Quantos planos já foram feitos e nunca saíram da sua mente limitada? Outro dia eu ouvi um senhor de quase 90 anos dizendo: “Eu vivi bastante e não estou falando da minha idade, mas das coisas que fiz. Aliás, acho que fiz mais do que tinha planejado”.  Para ele, morrer aos 50 anos não teria sido ruim, visto que ele já havia realizado todos os seus sonhos até essa idade. Tem gente que tem pressa de viver. Tem gente que tem medo de perder tempo. Amigo, “se você soubesse o valor que cinco minutos tem, não o gastaria ativando o botão soneca do celular”, declara o jovem de 18 anos, Flávio Souza.

Há quem diga que perto da hora da morte um filme com os principais acontecimentos da vida passa diante dos olhos de quem está partindo. Todos os momentos importantes, legais, divertidos e ruins, na hora em que o carro se chocar com o outro e a vida estiver prestes a ser interrompida, vão passar diante dos seus olhos, você queira ou não. E eu me pergunto: Que filme eu quero ver quando eu estiver prestes a morrer?

Tenho a teoria de que a gente começa a viver, de fato, quando perdemos o medo de morrer. Quem tem medo da morte quando já fez as coisas mais incríveis na vida?! Quem tem medo de morrer quando já conheceu o amor da sua vida?! Quem tem medo de morrer quando já realizou seus sonhos, visitou lugares paradisíacos e comeu as melhores comidas do mundo?! Aquela sensação de satisfação, quando um item da sua lista de sonhos a serem realizados for riscado, é sublime. Não sou eu quem está dizendo, mas Daminhão, um senhor de 90 anos que faz o que dá na telha, quando quer e porque quer.

“Eu tenho vontade de fazer muitas coisas ainda. Quero viajar e conhecer muitos lugares, quero experimentar vários pratos diferentes... Tenho planos para daqui alguns anos fazer algumas viagens pelo Brasil a fora”, determina Daminhão. Ele, com toda certeza, fez muitas coisas legais ao longo dos anos. Foi soldado do Exercito Brasileiro aos 18 anos e permaneceu lá por mais de cinco anos, até se tornar Capitão.  Já foi contador e teve uma empresa quando jovem, a qual manteve o sustento de sua família por muitos anos. Foi dono de mercearia e aos 50 anos fez direito, advogando na área criminal até se aposentar, aos 65 anos. Desde então tem usado seu tempo livre para sonhar e realizar esses sonhos.

Quando jovem, ele causou-se com uma artista plástica que se apaixonara quando cursava Contabilidade. Juntos, eles conheceram muito lugares do mundo, mais de 10 países diferentes ao longo do casamento. Um casal lindo de classe média/alta, que morava em Sorocaba, interior de São Paulo. Tudo o que eles queriam era proporcionar todo o conforto possível para sua única filha, que também aproveitou bastante a vida. Mas nem sempre foi assim. É claro, toda boa história sempre tem uma parte ruim. Eu nem diria que essa parte foi ruim, mas inevitável, há quem a considere necessária.

Ele lutou muito para realizar os seus sonhos. Daminhão era pobre e morava em uma vila no interior da Bahia com mais de 10 irmãos. Sem estudo, perspectiva e condição financeira, ele provou que tudo é possível. Ele quis ser muitas coisas, assim como eu e você. Acredite, ele não ficou apenas querendo e pensando, ele foi viver, ele lutou por tudo o que desejou. Ele fez muito mais do que havia planejado, como disse no começo da história, e gostou tanto dessa história de viver, que continua fazendo planos e sonhando. O filme da vida de Daminhão será fantástico, e o seu?!

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