Por Jhenifer Costa
A vida é aquilo que a gente faz e não aquilo que a gente
planeja, sonha ou pensa. Quantos planos já foram feitos e nunca saíram da sua
mente limitada? Outro dia eu ouvi um senhor de quase 90 anos dizendo: “Eu vivi
bastante e não estou falando da minha idade, mas das coisas que fiz. Aliás,
acho que fiz mais do que tinha planejado”. Para ele, morrer aos 50 anos não teria sido
ruim, visto que ele já havia realizado todos os seus sonhos até essa idade. Tem
gente que tem pressa de viver. Tem gente que tem medo de perder tempo. Amigo, “se
você soubesse o valor que cinco minutos tem, não o gastaria ativando o botão soneca
do celular”, declara o jovem de 18 anos, Flávio Souza.
Há quem diga que perto da hora da morte um filme com os
principais acontecimentos da vida passa diante dos olhos de quem está partindo.
Todos os momentos importantes, legais, divertidos e ruins, na hora em que o
carro se chocar com o outro e a vida estiver prestes a ser interrompida, vão
passar diante dos seus olhos, você queira ou não. E eu me pergunto: Que filme
eu quero ver quando eu estiver prestes a morrer?
Tenho a teoria de que a gente começa a viver, de fato,
quando perdemos o medo de morrer. Quem tem medo da morte quando já fez as
coisas mais incríveis na vida?! Quem tem medo de morrer quando já conheceu o
amor da sua vida?! Quem tem medo de morrer quando já realizou seus sonhos,
visitou lugares paradisíacos e comeu as melhores comidas do mundo?! Aquela
sensação de satisfação, quando um item da sua lista de sonhos a serem
realizados for riscado, é sublime. Não sou eu quem está dizendo, mas Daminhão,
um senhor de 90 anos que faz o que dá na telha, quando quer e porque quer.
“Eu tenho vontade de fazer muitas coisas ainda. Quero viajar
e conhecer muitos lugares, quero experimentar vários pratos diferentes... Tenho
planos para daqui alguns anos fazer algumas viagens pelo Brasil a fora”, determina
Daminhão. Ele, com toda certeza, fez muitas coisas legais ao longo dos anos. Foi
soldado do Exercito Brasileiro aos 18 anos e permaneceu lá por mais de cinco
anos, até se tornar Capitão. Já foi
contador e teve uma empresa quando jovem, a qual manteve o sustento de sua
família por muitos anos. Foi dono de mercearia e aos 50 anos fez direito, advogando
na área criminal até se aposentar, aos 65 anos. Desde então tem usado seu tempo
livre para sonhar e realizar esses sonhos.
Quando jovem, ele causou-se com uma artista plástica que se
apaixonara quando cursava Contabilidade. Juntos, eles conheceram muito lugares do
mundo, mais de 10 países diferentes ao longo do casamento. Um casal lindo de
classe média/alta, que morava em Sorocaba, interior de São Paulo. Tudo o que
eles queriam era proporcionar todo o conforto possível para sua única filha, que
também aproveitou bastante a vida. Mas nem sempre foi assim. É claro, toda boa
história sempre tem uma parte ruim. Eu nem diria que essa parte foi ruim, mas
inevitável, há quem a considere necessária.
Ele lutou muito para realizar os seus sonhos. Daminhão era
pobre e morava em uma vila no interior da Bahia com mais de 10 irmãos. Sem
estudo, perspectiva e condição financeira, ele provou que tudo é possível. Ele
quis ser muitas coisas, assim como eu e você. Acredite, ele não ficou apenas
querendo e pensando, ele foi viver, ele lutou por tudo o que desejou. Ele fez
muito mais do que havia planejado, como disse no começo da história, e gostou
tanto dessa história de viver, que continua fazendo planos e sonhando. O filme
da vida de Daminhão será fantástico, e o seu?!
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